19/12/2007

Cradle Of Filth

Atendendo a pedidos, aos poucos estarei colocando fotos de equipamentos de bandas que trabalhei em shows internacionais.

Tanto as guitarras como os baixos são todos da Ibanez com captadores ativos(baixos) e EMG ativos(guitarras).

Set-up da bateria (instrumento alugado com adicionais trazidos pelo batera Adrian Erlandsson).

Set-up para o baixista Ampeg SVT-2 e caixa 8 x 10/Marshall JCM800 e caixa Marshall 1960
O guitarrista James Mcillroy, sem maquiagem no soundcheck. Já o outro guitarrista Paul Allender, não veio para a tour sendo substituido pelo produtor C. Hedger.


O baixista Dave Pybus nem apareceu p/passagem de som (estava com dores nas costas e gripado), quase foi substituido pelo "roadie" Asty.
O tecladista Martin Powell e a vocalista Sarah Jezebel Deva, junto com o vocalista Dani Filth completaram a formação da banda nesta tour de um dia em São Paulo, na Via Funchal.
Neste mesmo dia, tinham outros shows internacionais:
Jeff Scott Soto e Richie Kotzen no Bar Manisfesto
Edguy, Timo Kotipelto (vocal do Stratovarius) e Shaman no Espaço das Americas.
Ou seja, apesar de todos esses shows, a Via Funchal estava com bom público.
fotos: Henry Ho

18/12/2007

Caos e entropias sonoras

Evento domingo...16/12/2007. Música, teatro, vídeo e performance!

Equipamento caótico, entropia sonora, caos generalizado sem experimentação prévia de absolutamente nada e posicionamento totalmente equivocado de equipamentos no local...

Fez muita falta: potência suficiente para as vozes, cabos bons, uma mesinha de som mais decente e um laptop com ProTools...

Depois que termina tudo, além do alívio imediato...gargalhadas e só restam as estórias engraçadas por conta do sufoco da desorganização.

15/12/2007

LED ZEPPELIN


LED ZEPPELIN de volta! Se estivesse na Europa, eu tinha pago com satisfação. O ingresso era uma nota preta, mas sem dúvida...valeria a pena.
Já assisti Page&Plant, Coverdale&Page, The Firm, Robert Plant solo e John Paul Jones, mas Led Zeppelin NO!
Resta esperar pelo DVD (lógico que a "veia marketeira" do Page VAI viabilizar isso) e assistir.
Mas se rolar uma turné (lógico que a "veia marketeira" do Page PRECISA viabilizar isso), já tô lá...

foto: postadas pelos sites NME.com e Getty Images.

14/12/2007

Gravação programa Metropolis (TV Cultura)


Sergio Dias Baptista, eu e Marcio Benedetti - foto: Paula Bifulco
Para saber tudo que rolou:
Para ver:
Para apreciar:

Comunicado


Caros amigos,
Através desta, comunico meu desligamento profissional da Editora Rock Brigade, responsável pela publicação homônima.Minha trajetória na referida revista começou como correspondente internacional no Japão de 1989 a 1998.Posteriormente, fui colunista e responsável pela seção Soundcheck – redigindo matérias técnicas sobre equipamentos musicais de 1998 até 2007. Ou seja, totalizamos 18 anos de convivência profissional envolvendo parcerias e colaborações.Sou extremamente grato pela oportunidade e confiança depositadas em meu esforço e dedicação. No decorrer desse produtivo tempo, a revista me proporcionou contatar os diferentes segmentos do mercado (fabricantes, músicos, artistas, produtores, representantes). Projetou minha imagem como profissional para outros veículos de mídia, possibilitou o reconhecimento positivo dos leitores e o respeito dos envolvidos com o mercado musical.As razões que catalisaram minha saída da publicação são de caráter administrativo e de “base motivacional”.Desejo imensamente que o processo de desligamento entre ambas as partes seja feito no mais alto nível.Continuo meu trabalho como luthier, instrutor de luthieria, consultor técnico e músico. Espero revê-los em breve através de outras publicações.Sem mais, agradeço pela atenção dispensada.
Henry Ho

reviews sobre workshops Henry Ho/2007

Galera:
Mudei de blog pq o anterior era muito capenga. Trouxe o conteúdo do blog antigo para este aqui com alguns implementos e fotos decentes. Já os reviews de workshops de 2007 ficarão no anterior MESMO!

Para ver e ler, clique em:
Mas vou colocar aqui algumas fotos:
workshop sede Malagoli - foto Erico Malagoli



workshop Semus( semana da música - Cuiabá) - foto: Alfa Canhetti


workshop Semus (semana da Música - Cuiabá) - foto Alfa Canhetti


Eu e Jackie - Semus - primeiro dia- Cuiabá - foto: Alfa Canhetti


Djalma Lima, Douglas Las Casas, Márvio Ceribeli e eu - Cuiabá 2007 -foto: staff hotel

...sem comentários, tão somente para apreciar e eu?...só sonhar com uma sincronia de fatos...

...sem comentários, apenas para apreciar e eu?...lamentar uma certa anacronia de fatos...

Dr Jivago

A primeira vez que assisti esse filme, foi numa madrugada na Globo quando tinha uns 16 anos. Fiquei impressionado com o enredo, a fotografia e a música. Depois, lembro de ter visto inúmeras vezes, sempre de madrugada, até conseguir gravar em VHS. Quando morava no Japão em 1989, aluguei a versão original americana com legendas em japonês. Ou seja, essa versão me permitiu ouvir as vozes originais (até então, minha cópia era dublada).
Gravei a versão orginal e sempre que tinha um "tempinho" assistia o filme como se fosse a primeira vez.

Quando voltei ao Brasil em 1998, estava sem as fitas VHS (estragaram ou mofaram em 1994 ou 1995). Com os lançamentos em DVD, comprei e finalmente posso ver o filme quando quiser.

Tenho inclusive 2 DVDs (um é reserva e está lacrado para qquer eventualidade)...

Sou fã de Omar Sharif e sobretudo de Julie Christie (dela, tenho muitos DVDs).




Dr Jivago é um filme épico baseado no romance homônimo de Boris Pasternak. Publicado em 1958, a obra foi considerada ousada e desafiadora numa época de censura e repressão na Rússia.
O enredo do filme conta a saga de um médico e poeta, dividido por dois amores. O cenário de fundo trata a Revolução Russa (na transição da Rússia czarista para bolchevique), logo após a primeira guerra mundial. Ou seja, uma Rússia devastada, cheia de contrastes sociais, caos, expurgos e a beira de uma guerra civil.
A narrativa é anacrônica, feita pelo personagem Yevgraf (Alec Guinness). Ele é o general do exército vermelho e procura pela sobrinha de seu meio irmão, Iuri Jivago interpretado por Omar Sharif. Toda a trajetória de vida de Iuri Jivago é mostrada na tela.
Jivago é médico, humanista e intelectual, um homem dividido entre duas mulheres: Tonya (Geraldine Chaplin), com que se casa e conhece desde a infância e Lara (Julie Christie) a qual ele tanto ama.
Iuri e Lara vivem uma odisséia de encontros e desencontros, manipulados pelo destino e sobretudo por um descontrolado sentimento ou ânsia de compreensão mútua. O filme é dirigido por David Lean e mostra cenas de uma riqueza poética intensa, momentos inesquecíveis e marcantes

Prêmios: Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Figurino, Trilha Sonora (Maurice Jarre), indicado para Melhor Filme, melhor Diretor, Ator Coadjuvante (Tom Courtenay) e indicação de Edição e Som.
Em 2002, foi feito uma reedição do filme para a TV em formato de série para a HBO. essa versão é bem fiel ao livro e apresenta os seguintes atores e atrizes:
Hans Matheson(Iuri Jivago), Keira Knightley(Lara) e Sam Neill(Victor Komarovsky) e Alexandra Maria Lara(Tonya).

Essa versão televisiva é bem produzida e muito legal. Porém, sem dúvida, a versão original é a minha preferida.
links:
trailer da versão original: http://www.youtube.com/watch?v=RoILmy4DBpI&eurl=http://www.orkut.com/FavoriteVideoView.aspx?uid=18347458963641934771&ad=1188421687

amplificador Rotstage half-stack CJ-50Plus HH


foto: Henry Ho

Atendendo a pedidos de fotos e info(s):
Um dos meus amps é o Rotstage CJ-50Plus, feito sob minhas especificações. O cabeçote valvulado desova 50 watts de potência. O gabinete consiste em 2 falantes de 10". Este amp é utilizado em locais pequenos e gravações caseiras.
Um amp bem legal. O clean é doce, sem ser ardido ou estrindente. O canal sujo é encorpado e oferece um booster de médios para incrementar os solos. Utilizo o canal clean com chorus, delay, phaser (efeitos no loop do amp-na parte traseira com pot de ajuste de sinal). E na "frente" no input, utilizo: wah, drive, booster e noise reduction.
Em cima do amp: um sistema de rack bem simples:
Sistema sem fio da Rexer, Furman M-8D condicionador de força, racktunerBehringer BTR2000 e RFX 2000 da Zoom.
Esse rack é apenas um sistema reserva para o loop. Na verdade, prefiro os "pedaizinhos"

Edu Letti, Klaus Ximenes e eu - workshop do Edu Letti na Cia da Música. Foto: Marcelo Mello
info: http://www.rotstage.com/

13/12/2007

Os incomodados que se "danem"

poutzzzzz, e ainda tem gente que se incomoda com sexta feira 13...com gato preto...com goleiro que se adianta na batida do pênalti...com troca de integrantes no Evanescence...com fila em banco...com luthier que não entrega instrumento no prazo...com o timão rebaixado na segunda divisão...com notícia de políticos corruptos...com mais uma "nova" troca de namorado da Debora Secco...com as 4 estações do ano e no mesmo dia em São Paulo...com gente furando fila...com carioca falando "caraca! e qualéeee"...com o caos nos aeroportos...com a programação da MTV...com a Coréia do Norte “peitando” a Coréia do Sul... com a insustentável leveza do ser (os magros que comem, comem e continuam magros)...com os pitbulls...com os donos de pitbulls...com Naldecom Noite...com George Bush...com intoxicação estomacal (quem mandou comer o tal de yakissoba de carrinho na rua)...com o chinês que não fala português que vende o tal do yakissoba...com vírus de orkut...com marmanjo que pendura cortador de unha no chaveiro...com o preço de panetone da Kopenhagen...com gente que ainda usa pochete...com tiozão que usa mocassim sem meia pra passear no shopping no domingão...com musiquinha alta qdo toca o celular...com callcenter...com operador de callcenter...com pão de queijo duro...com espinha no meio do nariz...com vendedor de loja que fala "pois não"...com vendedor de loja que fala "posso ajudar"....com DVD riscado de locadora chinfrim de bairro...com taxista que “puxa papo” qdo vc está mal humorado...com Eurico Miranda...com Windows Vista...com Henry Ho e Seizi Tagima falando de guitarras...com Fábio Assunção com jeito de mocinho na novela das 8...com propaganda das Casas Bahia...com buchada de bode e sarapatel...com despertador tocando na manhã de segunda feira...com correria de final de ano...natal em casa de parente pentelho...com roupinha branca no ano novo...poutzzzzzzzz e ainda tem gente que se incomoda com muita coisa...

Frida, the magic "player"


Frida...I´ll enjoy the jam... foto: "Weiss Guy"
Grande baixista, em breve vcs conhecerão...

Let the good times Roll!!!

VIXEN - banda bem legal de hard rock dos anos 80 e 90.
Obrigatório para quem gosta do estilo.

Da esquerda para direita:
Roxy Petrucci: excelente batera, ainda na ativa.
www.myspace.com/roktopuss
http://www.roxypetrucci.com/
Jan Kuehnemund: guitarrista, difícil falar o sobrenome da moça. Ela mantém a banda porém com outra formação.
http://www.vixenrock.com/
Janet Gardner: vocal, infelizmente parou com música e agora é dentista
Share Pedersen, agora Share Ross, trocou o baixo pela guitarra/vocal.

Vixen - VH-1 Band Reunited
all pictures: VH1

STRADIVARIUS???


Mais uma pessoa me contactando para avaliar um possível violino Stradivarius. 99,9% dos casos são falsificações. Já ví vários instrumentos que beiram a perfeição. São sempre histórias parecidas ou corriqueiras: parente que trouxe da Itália, instrumento que ficou guardado com a família durante muitos anos e que despertou um interesse "suspeito" de professor de violino de filho, esposa ou sobrinho. A mesma ladainha...e reitero. Ou seja, que é improvável que seja um Strad genuíno, que se trata de uma falsificação (como 99.9% dos casos). O rótulo não quer dizer nada. É o ítem mais suscetível em termos de adulteração. Se eu tiver que examinar, me coloco a disposição, mas cobro caro. Em caso positivo, o procedimento correto é encaminhar o possível Strad para uma perícia internacional (seguindo as normas internacionais). O custo fica por conta do proprietário, mas isso pode ser negociado com intermediação e um laudo extremamente otimista. Em caso negativo, é não. Muito simples. As pessoas não entendem ou não tem cultura para entender. Tal procedimento é um padrão internacional. Não é simpático, apenas profissional. Afinal, a descoberta de um novo Messias, um novo Viotti, ou um novo Khevenhuller (os violinos Strads são nomeados), é coisa de alguns cifrões cheios de zeros. É coisa séria e plenamente previsível que as falsificações também atravessaram décadas e séculos para ludibriar quem quer seja.

As pessoas se sentem ofendidas quando digo o que tenho que dizer. Que 99,9% dos casos são falsificações. E que o custo para avaliação é alto. Que o custo para perícia é por conta do proprietário. Eles me procuram, me solicitam um serviço e querem me convencer de que se trata de um Strad autêntico (com pouca consistência histórica).

Eu teria que dizer que as probabilidades são boas. Que os fatores históricos são favoráveis. Que minha perícia é grátis. Que o custeio da perícia internacional é por minha conta ou arcadas pelas entidades internacionais. Que o eventual proprietário poderá ser um novo milionário.

Há quem diga que precisamos de um novo Strad. Se 99,9% conspira contra, encontrar um Strad genuíno por aqui é 101% improvável. Em tempo: até mesmo uma cópia ilustre, tal como um Vuillaume, a improbabilidade continua alta.

Yo Yo Ma e o violoncelo Davidov, feito em 1712. O mesmo Yo Yo Ma, esqueceu o instrumento dentro de um taxi em New York...recuperando-o posteriormente...
Poutzzz, estive afastado temporariamente acometido por uma virose. De bônus, ganhei também uma faringite aguda com direito a tosses intermitentes. Como se não bastasse, todos sem preconceito estão infectados. No Japão, fiquei sabendo que já existe "anti-vírus" para seres humanos. Isso ai, você no hospital (lá, as clínicas são classificadas e especializadas em moléstias interiores do corpo e moléstias exteriores).
Aliás, é uma classificação bem coerente.

Oppsss, voltando ao assunto: o "antivírus" é um coquetel de drogas preventivas, vitaminas e algumas doses de vacinas. Tudo injetável. E basta uma vez por mês, voltar ao hospital e "baixar" as atualizações. Cada mês, eles divulgam os vírus mais fortes e disponibilizam as drogas de prevenção.

Virose, até o termo é medonho. Assim como "varize". Sabemos que cada dia, esses vírus estão cada vez mais fortes e destemidos. E vai saber se tudo isso é incubado “inespontaneamente” pelo business farmaceutico. Existem diversas teorias conspiratórias, mas pela quantidade e variedade de remédios disponíveis, sei não...

Espécies diversas de drogas como: doses para turno noturno, comprimidos analgésicos efervescentes, remédio de dose dupla, remédio para o dia, droga com cafeína, comprimido com zinco, remédio com vitamina, dose híbrida, remédio de tudo quanto é formato e ocasião. Ou seja, todos sabem que rola uma grana maiúscula. Um desenfreado comércio do alívio da dor. Mas e a dor do bolso? Dor de qualquer natureza é terrível. Terrível é a equação dos dividendos gerados pela dor. Rémedio é droga. Quer mais?

07/12/2007

Em tempo de mudanças...

Galera,
Mudei de blog porque o anterior era péssimo com poucas ferramentas de edição e visual "dark metal" bem capenga.

Estou adicionando neste, o conteúdo antigo com fotos e modificações de texto.

Blog é legal. Qualquer mortal é capaz de fazer e atualizar sem complicação. Aliás, sem webdesigner. A maioria deles são enrolados. Melhor, todos são enrolados.
Motivo pela qual, demorei a encontrar uma pessoa "profissa" e fácil de achar(vcs todos me entendem né...)
Meu site também está sendo elaborado e deverá estar na net no primeiro semestre de 2008.
Valeu,

Stay Metal!

Guitarras Bizarras







No início dos anos 90, fui trabalhar com instrumentos vintage, usados e raros em Tóquio. Na referida loja, conheci um sujeito chamado Naofumi Yasuhara, um expert no assunto.
Ele era um cara sizudo, caladão e nem sempre disposto a ensinar. Intimidado a princípio, nem arrisquei conversar com ele. Mas um belo dia, o sujeito desandou a falar comigo e...assim – iniciei o aprendizado sobre instrumentos antigos, vintage, raros e principalmente, os bizarros.
Naofumi detestava o mundo bizarro. Mas detinha um conhecimento assombroso em relação à história e as marcas. Eu não sabia quase nada.
Nossa loja estava sempre bem abastecida de guitarras oriundas dos Estados Unidos. O material era adquirido em eventos denominados de “guitar show” e de lojas especializadas. Ficava fascinado em ver e tocar aqueles instrumentos toscos, de construção simples, visual estranho e timbres finos.
“Guitarras Bizarras” fazem parte de um universo paralelo. Talvez não sejam artefatos musicais que gozam da simpatia da maioria dos guitarristas. Mas a bizarrice chama atenção e também faz parte da história das cordas.

Gênese
No início dos tempos da guitarra elétrica, os equipamentos diferentes de marcas como a Gibson, Fender, Gretsch, Epiphone, Rickenbaker, eram produzidos como instrumentos de baixo custo, oriundo de mercados produtores da própria gringolândia, Europa e da terra do sol nascente.
Da Europa, marcas inglesas como a Vox e Watson eram trazidas para a América e vendidas por preços econômicos. A Vox fabricava guitarras na Itália (para fugir das altas taxas do fisco inglês), na mesma fábrica onde
eram produzidas guitarras de marcas como Eko, Goya e Elektra.
A Silvertone, por exemplo, foi uma das pioneiras marcas a invadir a América. Fabricada no Japão pela Teisco, essas guitarras eram vendidas na loja Sears pela módica quantia de 30 a 55 dólares (uma Fender Stratocaster custava na época, em torno de 240 doletas).
Ou seja, outrora considerados como instrumentos de baixo custo, hoje em dia, agregam um novo conceito: de instrumentos antigos, raros ou bizarros.
De outros mercados como Rússia, Suécia e Inglaterra, além de bizarros, alguns instrumentos eram de aparência hilária

Pioneiros
A marca Teisco é uma referência obrigatória em termos de guitarras bizarras. A companhia que as fabricou, surgiu em 1946, a Aoi Onpa Kenkyujo. Em 1952, fabricaram a primeira guitarra semi-sólida com captadores eletromagnéticos e durante todo o período da década de 50, a Teisco produziu cópias baratas de instrumentos americanos. Diga-se Gibson e Fender. Apenas os modelos semi-acústicos apresentavam um desenho diferenciado, mas “levemente” influenciado pela “american way of life”.
Na metade dos anos 60, a Teisco produziu instrumentos sólidos com design bizarros. Considerados como instrumentos ridículos pelos gringos, essas guitarras japonesas baratas mordiscaram uma fatia minúscula no mercado. Mas em razão do chauvinismo cultural da época, não vingaram em termos comerciais. Hoje em dia, são cultuadas e disputadas por colecionadores compulsivos.
As guitarras da Teisco podem ser encontradas com varias nomenclaturas e logotipos diferentes. Alguns exemplos: Teisco, Teisco Del Rey, Kawai, Kingston, Kent, Heit, Kimberly e Silvertone.
Tive a oportunidade de tocar e posteriormente, vender muitas guitarras da Teisco. No mercado japonês, o preço varia em média de 300 a 800 dólares, dependendo do modelo e do estado de conservação.
Na América, 150 a 200 dólares, é possível comprar uma Teisco velha em bom estado. Os modelos mais disputados como uma Teisco “May Queen” de 1968 custa em torno de 1500 doletas.
A primeira Teisco que me apareceu foi uma “Del Rey” Firebird, aliás, muito tosca com desenho ergonômico bem estranho. O preço? Vendida por 500 dólares com case original de época.
Para quem gosta de Teisco ou para quiser conhecer, acesse: http://www.teiscotwangers.com/

Referências
De certa forma, os instrumentos da Teisco ajudaram a re-definir alguns conceitos de mercado. Se na época, as marcas de baixo custo que transitaram paralelas aos fabricantes como Fender, Gibson, Gretsch e Rickenbaker, ofereciam preços mais baixos, ofereciam também um conceito visual distante do padrão Strato/Les Paul.
Fazendo um à parte, nunca gostei de Rickenbaker, considero-os bizarros no mal sentido. Ou seja, toscos e ruins de construção. Meu amigo Naofumi idem...
Mas o universo bizarro não se restringe apenas em instrumentos da Teisco ou da Vox. Bolamos uma listinha interessante. Alguns “brands” serão familiares, mas outras nem tanto.
Pois é, são marcas e sub marcas que fizeram a história dos instrumentos das décadas de 50, 60 e início de 70.
Alamo, Kay, Valco, Harmony, Hagstrom, Guild, Stromberg, Mosrite, Baldwin, Larson, Supro, Gilchrist, Burns, Goya, Electra, Eko, Norma, Framus, Davoli, Galant, Egmond, Crucianelli, Levin, Marius, Zerosette, Orfeus, Hohner, Polverini, Dixon, Maya, Aristom, Dynacord, Welson, Gemelli, E-Ros, Excelsior, Melody, Wandre, Sekova, Crest, Univox, Bigsby, Ampeg Dan Armstrong, Maccaferri, Veleno, Kalamazoo, Danelectro, Dynelctron, Watson, Hofner, Airline, Fasan, Migma, Klira, Wilson, Harvey Thomas Guitars, Micro-Frets, Orpheum, Aelita, Amka, Watkins, Hoyer, Shiva, Mastro e Oahu.
E algumas marcas nipônicas como:
Guyatone, Kawai, Firstman, Galan, Hondo, Aria Pro, Tokai, Maya, Eros, Hitachi, Galama, Gaban, Navigator, Greco, Bunny, Thunder, Fresher, Joodee, Gibbon, Hisonus, Hosono, Westminster, Weldone, Sakura, Sakai, Stagg, Winston, Kasuga, Pro-Ceed, Fernandes, Rokugen, Alpha e Riverhead.
Não são tantas marcas, mas a maioria das citadas passou pelo nosso crivo no Japão. Foram guitarras que proporcionaram o resgate de pedaços da história da guitarra.

Arquitetura e Sons
Em termos de design, os americanos optaram por formas pomposas e coloniais. A maioria dos fabricantes é proveniente do leste europeu, ou seja, do lado anglo-saxão. Daí, explica-se a suntuosidade de algumas marcas e a simplicidade exagerada de outras. Sem “meio-termos”.
Os japoneses sempre copiaram os americanos, mas a redenção veio com as marcas Teisco e a Navigator. Ambas revolucionaram em termos de conceito e as citações futuristas, hoje em dia, são reverenciadas.
Os italianos, que sempre se gabaram de serem os papas do designer, não fizeram tanto estardalhaço. Apenas algumas boas idéias e mais nada.
Já com relação aos ingleses, produzir “coisas feias” como as guitarras Watson e Watkins, como dizia meu amigo Naofumi: “Precisaria melhorar muito para serem chamadas de ruins ou bizarras. E ainda: serem consideradas de qualidade duvidosa”.
Em relação ao timbre, as guitarras bizarras flertam melhor com sonoridades de rock clássico, punk, blues e pop. As bizarras passam longe do metal. Antes que alguém reclame, coisas como B.C. Rich, Kramer, Hamer, Jackson e outros....só valem para os anos 80...São bizarrices oitentistas que veremos numa próxima matéria. E falando de bizarrices dos anos 70 e 80, tanto a Gibson e a Fender também produziram “coisas bizarras” nesses períodos. Nem mesmo as citadas grandes companhias ficam imunes a isso. Quem sabe num futuro oportuno, falarei disso mais detalhadamente.
Voltando ao timbre, era muito raro encontrar uma guitarra bizarra de época com a parte elétrica saudável. Os captadores eram ruidosos, de baixo ganho e produziam sons magros e finos. Os componentes sugerem uma viagem a época retrô. Os botões ou knobs de controles de uma Teisco antiga, por exemplo, são peças dignas de serem encontradas em qualquer feirinha de antiguidade. Pontes, tarraxas e escudos são sempre diferenciados, visualmente estranhos e distantes do senso comum.

Bizarro ou Não
Mas qual seria a verdadeiro significado para bizarro? O sábio Aurélio diz: nobre, garboso, extravagante e esquisito.
Nobre e garboso para uns, esquisito e pobre para outros. A definição do Aurélio veste cada gosto e...gosto a gente não discute.
Imagine encontrar uma guitarra cópia de uma Gibson Les Paul com o logotipo Gibbon (isso mesmo, existe mesmo)? Não deixa de ser bizarro, é uma forma de bizarrice subliminar.
Bizarro é aquele instrumento que agrega elementos visuais (retrô ou futurista), apetrechos técnicos diferenciados e sentimentos que vão do céu ao inferno em menos de um segundo...ou seja, ou você ama, ou você detesta...
Se para alguns uma Navigator japonesa modelo Char é considerada bizarra, o que dizer do violão/lira Maccaferri/Mozzani de 1916? Ou mesmo da guitarra Veleno modelo Traveler feita para o guitarrista Mark Farner do Grand Funk?
Essa coisa de bizarro é muito pessoal. Lembram da guitarra Hamer de 5 braços do guitarrista Rick Nielsen do Cheap Trick? E da guitarra do finado guitarrista do Foghat (Lonesone Dave Peveret) toda quadrada? E qualquer guitarra de 2 ou mais braços do Michael Ângelo?
Para os puritas e tradicionalistas, as guitarras bizarras são perda de tempo ou dinheiro jogado fora. Para os que as cultuam, não existe nada mais aborrecido e comum que uma Fender Stratocaster ou uma Gibson Les Paul.
Para quem simpatiza, separei links bem interessantes:
http://www.fetishguitars.com/
http://www.vintageguitar.com/
http://www.italiaguitars.com/
http://www.vintaxe.com/
http://www.edromanguitars.com/
http://www.voxshowroom.com/
http://www.hagstromguitars.com/
http://www.tymguitars.com.au/

Naofumi me disse uma vez. “Um bom equipamento seria: uma boa Gibson Les Paul, uma boa Fender Strato ou Telecaster, um violão Martin e uma guitarra com ponte Floyd Rose. Mas se você estiver entediado...compre uma guitarra bizarra”.
fotos: Henry Ho