26/12/2010

Glenn Hughes Brazil tour 2010 - Sao Paulo

Glenn Hughes Brazil tour 2010 - eu e Pauleira no fundo trabalhando....
Glenn Hughes live!

Tudo pronto para o show!
Palco preparado...
Eu passando o som da guitarra...antes do show...

Oi galera,
Voltei a trabalhar em shows depois de um longo hiato longe dos backstage(s), soundcheck(s), set list(s), backline(s)...estamos aqui de volta...
Bom, vou aproveitar o show do Glenn Hughes para mostrar um pouco como funcionam as coisas... antes de tudo acontecer...antes do concerto!
O show marcado para o Carioca Club – em plena capital paulistana, ocorreu num sábado, dia 11/12/ 2010!
Cheguei ao local às 10 da manhã, junto com o Saulo (escalado para ser o técnico de bateria). A equipe do som chegou meia hora depois e começou a descarregar o equipamento. A empresa contratada foi a VS7 Eventos:
Chegada dos equipos de som - mesas, monitores, condicionadores, etc....
Praticável da bateria sendo descarregada....

Nos shows, normalmente realizados em casas especializadas, a parafernália de som que abastece o palco/platéia são os primeiros equipamentos a serem montados.
A equipe descarrega tudo e a primeira coisa importante é o posicionamento dos geradores de força para alimentar todos os equipamentos. É necessário encontrar um local no palco (nas laterais) com boa ventilação e acesso rápido. Dos geradores, as primeiras réguas de AC (tomadas) são estendidas e os cabos de força são preparados. Simultaneamente, a mesa de monitor (que controla o som do palco para os músicos), periféricos e outros equipamentos são montados e ajustados. O cabeamento é importante –
consiste nas ligações dos aparelhos entre si através de inúmeros cabos e medusas. Como o próprio nome diz, medusas são extensões que distribuem sinais de áudio – são como multicabos organizados que possuem conectores numerados para cada via. É uma maneira simples e eficaz de organizar os cabos do backline para a mesa de som. Calma....já...já explico o que é backline!
Aqui nos referimos ao multicabo como medusa (coincidentemente, Glenn cantou a música Medusa do Trapeze no show...)...mas fora do Brasil, utilizamos o termo “snake” para esses multicabos.
Medusa
Medusa ou "snake"
Voltando a montagem, a equipe de sonorização posiciona o equipamento seguindo um critério técnico. No Carioca Club, a mesa de som do palco fica sempre posicionada á direita (do ponto de vista da platéia). Já a mesa de PA (significava public address...ou seja, som dirigido ao público, mas hoje em dia, mudaram para “performance audio”). É a mesa de som que faz o alinhamento de som para a platéia. Essa mesa (do PA) recebe o sinal da mesa de monitor (do palco), edita e emula o som que será dirigido ao púbico. Simples né? A mesa de PA também é denominada de FOH (front of house – significa “de frente para o palco”).
Enquanto a equipe de sonorização monta os equipamentos para o palco e para a platéia, chega o backline. Esse termo se refere aos equipamentos dos músicos: amplificadores, caixas de som, bateria, teclados, cabos e etc...
A empresa contratada foi a Só Palco:
http://www.sopalco.com.br/
Muitas vezes, a mesma empresa fornece a sonorização, o backline, os técnicos de montagem e técnicos operadores.
Neste show, contrataram a sonorização, operador de som para palco da VS7 e apenas o backline da Só Palco, mas com a montagem e operação do back ficou sob nossa incumbência (é o trivial, na maioria das vezes). E a operação de som para o público seria feita pelo técnico sueco Sly (que acompanha Glenn Hughes na tour).
Equipe de sonorização antes da montagem dos equipos...

Conferimos cada item, fazendo um checklist de cada equipamento. A banda envia o “Rider” ( a relação do equipamento requerido para o show). Existe o Technical Rider FOH, Technical Rider Monitor e o Backline requerido pela banda. Esses detalhes são acordados previamente entre promotores e o artista/banda.
Eu e Sylvia, no camarim...colocando cordas novas...

O produtor Fernando Goulart e a minha ex- aluna e técnica de cordas Sylvia chegaram com os sortimentos do camarim: bebidas, toalhas, comidas e alguns equipamentos dos músicos. Organizamos o camarim e enquanto o backline aguardava nossas habilidades, aproveitamos para trocar as cordas das guitarras do guitarrista Soren Andersen.
Terminada o ajuste nos instrumentos, iniciamos a montagem do backline (propositalmente um pouco depois da equipe de sonorização para não causar confusão no palco). Primeiro, montamos o praticável da bateria (três módulos com ajuste de altura que posiciona a bateria acima do piso do palco). É justamente por baixo do praticável da bateria, nesse submundo que circulam os cabos e medusas...

Logicamente, acima do praticável, Saulo iniciou a montagem da batera. Primeiro, o tapete para impedir a movimentação das peças, depois propriamente o instrumento e os pedestais. Os amplificadores são posicionados ao lado do praticável. Todo o palco é montado seguindo o stage-plot (mapa de palco fornecido pela banda). Outra lista importante é o input List (listagem referente aos monitores, microfones, quantidade de canais e efeitos a serem inseridos). É uma listagem importante para o técnico de monitor que opera a mesa de som do palco e p/o operador de mesa do PA.
Antes...na montagem...
E depois...aguardando o show...no fundo a Pauleira, na supervisão...

No Show do Glenn, montamos a bateria no centro, posicionamos os amplificadores de guitarra ( 2 cabeçotes Marshall JCM2000DSL e 2 caixas Marshall 4 x 12) do lado esquerdo e os amplificadores de baixo á direita ( 2 cabeçotes Ampeg SVT 2 PRO e dois gabinetes 8 x 10). O teclado ficou também do lado esquerdo ( Yamaha Motif Master Key).
E a escalação:
Henry – Técnico de Soren, (guitarra)
Sylvia – Técnica de Glenn – apoio a Anders (teclados)
Saulo – Técnico de Pontus (batera)
E a Pauleira, suporte técnico e na sobra para qualquer eventualidade.
Equipos de sonorização montados e ligados...agora é só sincronizar o backline com a mesa...microfones, direct boxes, cabos, ajustes, etc...
Aproveitamos um intervalo para ir almoçar...isso mesmo...ainda tivemos tempo para um lanche nas redondezas (coisa rara em shows)...mas voltamos rápido para continuar a sincronização até a chegada da banda, sem o Glenn...
Neste interím, é feita a primeira passagem de som para checar as peças de bateria e os microfones individuais e os “overs” (microfones que captam ambiência de peças próximas...ou o conjunto delas).
Saulo passou cada peça e afinou a bateria. E só restava a chegada do Pontus para os últimos acertos. O trampo do Saulo é bem feito. Dias antes ele estudou por fotos e pelo you tube. Isso fez muita diferença...Pontus chegou e as correções foram mínimas.
O guitarrista Soren chegou e passamos o set-list juntos. Marcamos as trocas de guitarras e as mudanças de afinações de músicas específicas. Depois decidimos utilizar os dois cabeçotes e caixas simultaneamente. Ele me mostrou algumas programações da pedaleira. Durante a passagem de som, fiquei observando algumas coisas que são importantes na hora do show. O jeito que o cara toca, como aciona a pedaleira, como se movimenta e etc...
Modificamos alguns detalhes, sugeri utilizar os pés dos cases para elevar mais a altura dos amplificadores, que ele concordou e realmente ficou melhor! E preparei uma mesa atrás dos amps para fazer meu trabalho durante o show...chamamos de “a casa do roadie”...
Mesa no backstage...ou roadie´s house...
pedaleira do Soren Andersen....
Backline do guitarrista Soren Andersen

Ainda fui ajudar o tecladista Anders a preparar o teclado e os módulos de timbres. Utilizamos 4 direct boxes no piso para casar o sinal dos módulos e do teclado (em estéreo)...teclado não tem segredo...dificilmente dá problema!
Tecladista Anders Olinder - usou um teclado master e dois módulos de timbres, 4 direct boxes!

Sylvia ficou cuidando do Glenn...tarefa árdua porque o “papa Glenn” tava xiliquento com muitas coisas...os pedais de efeitos não foram revisados e faltaram adaptadores de tomada para o nosso padrão...mal contato, cabos com problemas, etc...e os amplificadores foram conectados (um como escravo e outro como master)...o pedal de distorção começou a dar problemas e a galera da produção saiu para comprar um “plano B”...o guitarrista Soren passou o som do baixo até Glenn chegar...
Eu e Sylvia...depois do soundcheck...
A passagem de som é importante para mapear ajustes e acertar muitos detalhes de alinhamento e equalização do som. Mas o soundcheck é feito normalmente com a casa vazia...depois c/a presença do público...muda a pressão sonora da casa e o(s) timbre(s) também mudam...o que requer dos operadores uma capacidade de conversão bastante precisa...
Voltando ao pré-show...passagem de som atrasada, problemas resolvidos...
Enfim, o “papa Glenn” adentrou no recinto...questionou o som dos cabeçotes, mexe daqui, mexe dali...monitores in-ear ajustados...mexe daqui, mexe dali de novo...fixação da “colinha” dasletrasnas caixas de retorno...etc...etc...
Soundcheck: eu, Saulo, Rafael (sonorização), Sylvia, Glenn e Soren...

Soundcheck: Soren, eu, Pete (Glenn´s personal manager), Glenn, Miltão e Saulo...
Essas duas fotos foram tiradas por Bia e Isa...
....as restantes das fotos foram feitas pela Pauleira e Silvia.
mais fotos no meu Facebook:
ou orkut:

segue na sequência a parte 2 da postagem...

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